domingo, março 16, 2008

Rui Nogar

OS 2 PRIMEIROS POEMAS DA IMPACIÊNCIA

I

Tatuagens de lua
no corpo quente
da mãe-terra

e assim nua nua
no leito vermelho
virginal ainda
ela espera a semente
que tarda a chegar

que tarda a chegar


II

Que venham
mas não de braços cruzados

aqui amigos
o sexo vermelho da terra
lateja de febre e de cio

é preciso saciá-la
e depressa

que venham
sim que venham
mas repito não de braços cruzados

aqui amigos
aqui
a terra fenece
na fome de arados
que tardam a chegar

que tardam a chegar

ah! que tardam tanto a chegar


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